Assedio no esporte

Podemos ler nos relatos femininos que expusemos ao longo deste mês do “outubro rosa” toda destreza e determinação de ótimos exemplos de quem entende bem sobre o tema de hoje. Por ser talvez a maior mazela que a mulher encontra no esporte, mas não se limitando apenas ao sexo feminino.

O assédio pode ter diversas facetas, sejam elas de alcunha psicológica ou moral. Ou as mais hediondas como raciais e sexuais. No campo do esporte isso se agrava pela facilidade de controle das ilusões de quem acredita ter que passar por sacrifícios para chegar onde se deseja.

Temos nos últimos anos visto uma quebra do silêncio em relação a casos de assédio sexual no esporte mundial. Mas esta realidade vai além do esporte, parte da má conduta enraizada principalmente nos homens. Sim , homem.

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Por toda cultura patriarcal que se sustenta das mais diversas formas, o sexo masculino é o principal disseminador de tal comportamento, porém não restrito, já que muitas mulheres tem em seu âmago uma orientação patriarcal de aceitação do problema.

Conhecemos no esporte casos de lideres que durante anos praticaram, e alguns casos praticam até hoje assédio aos jovens sobre sua tutela. Temos em muitos Estados casos de pessoas que vivem de roubar e se aproveitar de sonhos alheios, quando não se vêem na oportunidade de chantagear e até se aproveitar sexualmente de alguém.

Pois é, são inúmeros os relatos de quem já viveu situação parecida. Mas a grande questão é como mudar um comportamento em massa. E a resposta é muito simples quando observamos a luta pelas causas femininas podemos ter um diagnóstico de solução.

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Falar, expor e educar. Precisamos usar nosso direito de expressão e colocar a boca no trombone quanto à qualquer abuso no esporte. Expor quando comprovado o caráter do indivíduo agressor. Por fim educarmos nós mesmos para que sejamos exemplos para as próximas gerações, no intuito de disseminar a guerra contra o erro.

Por fim uma última questão de assedio bem comum: nos estádios sempre notei que grande parte de qualquer torcida parece ter mais ímpeto a agressões verbais contra seus adversários do que palavras de incentivo pelo escudo que defendem. Desde muito pequeno me chamou a atenção, como o ódio pelo desconhecido assediado é culturalmente maior do que o amor e incentivo pelo seu próprio clube. Podemos sim mudar o mundo quando não se tem medo de quebrar tabus.

Estar completamente comprometido com o que se esta fazendo aqui e agora para assim causar o impacto que resultaria na diferença. Na semana em que soubemos da morte de Jeremy Wisten, ex-jogador da base do Manchester City , que tirou a própria vida ao não conseguir lidar com a frustração de sua dispensa.

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Sofreu com depressão até onde suportou. E a reflexão que deixo é a seguinte: alguém poderia ter feito algo para que isso não acontecesse? negligenciamos nossas crianças e mulheres ao pensar que estão livres de tal situação. Exponha, converse e eduque.

“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.

                                                                     Martin Luther king

Cryz Fagundes

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