Covid-19: infectologista alerta para risco de automedicação com drogas de eficácia não confirmada

Uma doença devastadora, que não tem vacina, e a falta de um remédio específico para o tratamento da Covid-19 têm gerado dúvidas e levado pessoas a se automedicarem.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alerta que várias divulgações de remédios em redes sociais não têm evidência científica e desinformam o público.

Motivada por vídeos que recebeu pelas redes sociais e a indicação de uma amiga, a família de Mayara Costa tomou ivermectina – um remédio para verme.

De acordo com Heloísa Ravaiane, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, não há estudos que comprovem eficácia da ivermectina na fase inicial da doença.

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Entre os medicamentos mais divulgados e testados por pesquisadores estão a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, o uso das substâncias no tratamento da Covid-19 nos primeiros dias de doença, em casos leves e moderados, está sendo avaliado e ainda aguarda os resultados.

Já em casos de pacientes hospitalizados em estado grave, de acordo com a SBI, os principais estudos clínicos não demonstraram benefício.

A entidade lembrou que a Organização Mundial da Saúde, a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos e a Sociedade Americana de Infectologia recentemente recomendaram que não seja usado cloroquina, nem hidroxicloroquina para pacientes com Covid-19, com exceção de pesquisas clínicas, devido à falta de eficácia comprovada e potencial de toxicidade.

Os infectologistas também alertam para o uso de antibióticos para tratar o coronovírus. Esses medicamentos não têm indicação para infecções virais.

Mas há também drogas promissoras. É o caso de um corticoide que tem apresentado resultados positivos em pacientes graves, afirma a médica Heloísa Ravaiane.

A entidade de infectologia aponta ainda que outro medicamento – o remdesivir  – demonstrou redução no tempo de recuperação em pacientes com formas moderadas e graves da Covid-19. O remédio ainda não tem registro no Brasil e seu uso foi autorizado pela Anvisa somente para estudos clínicos.

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O uso de plasma de recuperados da Covid-19 em pacientes em tratamento pode proporcionar benefícios, mas estudos clínicos ainda estão em andamento, segundo a SBI.

A infectologista Heloísa Ravaiane destaca a importância de procurar um profissional de saúde antes de usar qualquer medicamento.

O documento com todas as orientações da SBI está disponível no site: infectologia.org.br

Fonte: Radioagência Nacional

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