Em um momento de crise em que muitas empresas se destacam por tentar desenvolver condições favoráveis para apoiar seus clientes e parceiros comerciais, uma imobiliária de Criciúma optou por ir na contramão e tornar ainda mais difícil a situação enfrentada pelo jovem empresário João Carlos, 27, anos, proprietário da Cia do Cone, localizada no Centro, próxima da Rodoviária.
A empresa fundada em fevereiro de 2019, e localizada em um ponto estratégico em termos de circulação de pessoas, que frequentavam escolas, faculdades e utilizavam a rodoviária, teve seu faturamento reduzido a zero no mês de março e início de abril, após as restrições impostas pelas autoridades, em decorrência da pandemia.
Apesar das grandes dificuldades, Carlos, conseguiu negociar com fornecedores e outros credores para conseguir manter a empresa, em uma região da cidade que teve tantas outros estabelecimentos fechados nos últimos meses.
Ser a resistência
Oriundo de uma família com poucos recursos, foi com muito esforço, dedicação e planejamento que o jovem conseguiu abrir o seu próprio negócio. Para locar o ponto foi preciso contar com a ajuda de seis avalistas e durante cerca de um ano o negócio estava indo bem, no entanto a crise sanitária e econômica foram um golpe duro, mesmo assim o empresário decidiu seguir em frente e enfrentar os obstáculos e não desistir, no entanto a falta de sensibilidade de apenas um de seus credores está sendo a luta mais difícil de ser superada.
Já no primeiro mês em que houve as restrições aos comércios, Carlos entrou em contato com a imobiliária para negociar os valores do aluguel e as condições para o pagamento. A resposta obtida foi que seria necessário registrar um pedido formal pelo site. Então foi o que ele fez e aguardou uma resposta.
O aluguel de outro mês venceu, mas a resposta não chegou, surpreso, ele retomou o contato com a imobiliária que informou que não havia nenhum pedido registrado, sendo que o mesmo tinha salvo as conversas com a atendente realizadas via aplicativo de mensagens. Foi solicitado que ele refizesse o pedido, mas os meses em atraso deveriam ser pagos de forma integral, sendo que os demais poderiam ser parcelados, desde que todos os avalistas assinassem o documento.
Sem nenhuma demonstração de empatia, por parte da imobiliária, que não teve o bom senso de avaliar a situação de alguns dos avalistas, que são pessoas com idade bastante avançada e estão em isolamento devido a pandemia. Sem mais alternativas, o empresário decidiu postar na página do Instagram de sua empresa um apelo, pois já não sabe a quem recorrer e pelo medo de perder a sua empresa, que tanto lutou para construir e atender seus clientes da melhor forma possível, mesmo com todas as dificuldades impostas aos empreendedores neste país.