Artigo | A distância entre o discurso e a prática…

Entre o discurso e a pratica muitas vezes observamos um abismo que só pode ser transposto com o que costumo chamar de 3P ( Paciência, Persistência e perdão).

O Perdão talvez seja o mais importante, pois somos seres imperfeitos, impermanentes, ego-centrados e excessivamente defensivos de nossos padrões, crenças e ideias.

Somos seres fragmentados, interna e externamente. Internamente para nos adequarmos a realidade imediata que exerce pressão para que nos juntemos a “massa” hegemônica que chamamos de sociedade. Muitas vezes desconsiderando a singularidade e necessidades individuais em nome de uma coesão social. Externamente somos seres que se veem como separados da natureza, não percebemos como somos “influenciados por leis naturais” que de forma inconsciente[1] (este inconsciente é diferente da visão Freudiana) nos empurram e direcionam nosso comportamento de grupo, você pode analisar o que estou propondo assistindo alguns documentários de primatas e outros animais, e com pouquíssimo exercício intelectual perceber as semelhanças entre nós e alguns agrupamentos de animais e seus funcionamentos no coletivo.

A única forma de nos integrarmos novamente é através da reflexão e desenvolvimento da consciência, esta capacidade de observar em um fluxo de integração/afastamento. Onde ora, nos colocamos em uma postura de olhar com o que na antropologia se denomina “estranhamento”. Se permitindo não julgar, apenas entender no sentido mais amplo possível. Buscando a coerência, o contexto, e não avaliando do seu contexto ideológico do grupo a que pertencemos.

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E ora nos colocamos no centro da questão emparelhando e experimentando o contexto em que estamos imersos.

Este fluxo de afastamento/estranhamento e imersão/experimentação pode nos permitir ampliar a visão parcial e egocentrada para uma visão holocentrada, onde percebemos e aceitamos o diferente, em uma busca de diálogos possíveis de aprimoramento de grupo e atualização enquanto indivíduos!

Sobre o autor:

João André Rodrigues é psicólogo e psicoterapeuta de orientação Gestáltica,  menstrando em Saúde Coletiva da Unesc, especialista em Psicologia Social e formação de facilitadores de educação permanente em saúde. Atua como psicólogo no Colégio UNESC e Consultório Particular.

[1] Aqui inconsciente significa apenas que não está na consciência, podendo ser acessado a qualquer momento.

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