Aos 28 anos a estudante de Psicologia da Unesc, Camila Rosalino, encara a vida de forma leve superando as dificuldades decorrentes da Síndrome de Morquio, condição de nascença.

Além da baixa estatura, a Síndrome lhe impõe diversos tipos de limitações físicas, mas nenhuma capaz de frear sonhos e objetivos da jovem. Nesta semana Camila, que atua também como modelo, venceu um concurso proposto pelas redes sociais da marca Melissa e passa a ser influenciadora da marca em Criciúma ao longo de um mês.

Além do vale compras na loja e o espaço para atuar como digital influencer, para Camila, o prêmio leva um significado ainda maior, já que ela representa outras centenas de portadores dessa e de outras síndromes.

“Sabemos que existe um padrão de beleza que geralmente é seguido por pessoas e marcas. Ganhar prova pra mim mesma e para os outros que somos capazes, pois não temos muito espaços como esse. Pessoas com deficiência geralmente não aparecem tanto e esse ciclo faz com que exista ainda o olhar de estranhamento quando somos vistos”, destaca.

Conforme a acadêmica, levantar a bandeira das pessoas com deficiência não é pedir que sejam vistas como guerreiras ou exemplo aos outros, mas, sim, que sejam aceitas e respeitadas. “

A gente não quer ser exemplo de superação, só quer ser aceito pela sociedade e ser visto como pessoas que tem espaço, que vão atrás das coisas e conquistam também”, completa.

A defesa da marca já é uma paixão antiga, já que os modelos emborrachados estão entre as possibilidades de calçados que se adaptam bem ao formato dos pés dos portadores da síndrome ou outras deficiências.

“Já fui até o Clube Melissa de Criciúma e escolhi dois modelos que ficaram ótimos nos meus pés. Eles foram enviados em uma bolsa com direito a balões direto na minha casa. Foi muito especial”, acrescenta.

A vitória de Camila foi conquistada através de votação em algumas fases chamadas de “batalhas”. A jovem contou com o apoio de familiares, amigos e colegas, entre eles os membros do Instituto Nacional de Nanismo (INN), que também se engajaram na reta final de votação.

A acadêmica cursará neste primeiro semestre de 2021 a sexta fase do curso de Psicologia na Unesc.

Com o aumento no número de casos de coronavírus nos últimos dias e a lotação das UTIs no município devido a transferência de pacientes de outras regiões, o prefeito  de Criciúma, Clésio Salvaro, e o presidente da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), Jorge Koch, junto com representantes da Saúde, se reuniram para discutir os próximos passos para minimizar os impactos do vírus, observados em outras partes de Santa Catarina. A reunião ocorreu na Sala de Atos, do Paço Municipal Marcos Rovaris, na última segunda-feira (22).

“Estamos em estado de alerta. Prevemos que no próximo sábado já estejamos no gravíssimo na Matriz de Risco. Esta terceira onda será ainda mais forte que as outras duas que vivemos em 2020. Já estamos perto da lotação dos leitos, devido a transferência de pacientes de outras regiões. Temos uma semana para criar estratégias que minimizem o impacto dessa variante. E ainda, não recebemos mais vacinas, pois a nova previsão é dia 3 de março”, frisou o secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande, que também acompanhou a reunião.

Para discutir abertura de mais leitos de UTI na região, e paralelamente, a adoção de ações preventivas, Salvaro e o presidente da Amrec vão se reunir, nesta terça-feira (23), com o superintendente de Serviços Especializados e Regulação do Estado, Ramon Tártari.

“Vamos colocar o Hospital do Rio Maina à disposição para a criação de dez leitos de UTI. Mas, tem possibilidade de abrir leitos em Urussanga, Orleans e Nova Veneza também. O município de Criciúma sempre se preparou para o enfrentamento contra o coronavírus, e desta vez não será diferente”, frisou o prefeito de Criciúma.

Também participaram da reunião o Diretor Técnico do o Hospital São José (HSJosé), doutor Raphael Elias Farias e a coordenadora da Macrorregional de Saúde de Criciúma, Izabel Scarabelot Medeiros.

Ocupação dos leitos de UTI

No momento, o Hospital São José possui 35 leitos para a Covid-19, sendo 33 estão ocupados e dois estão reservados para transferência. Já a Unimed tem oito leitos, sendo que cinco já estão ocupados.

“Agora, precisamos sair de casa somente em casos essenciais. Neste momento, a circulação de pessoas é contraindicada. Os cuidados precisam ser redobrados neste momento. A nossa previsão é que a terceira onda seja ainda mais forte devido a nova variante que é mais transmissível”, enfatizou o gerente de Vigilância em Saúde de Criciúma, Samuel Bucco.

Sobre a variante

A variante é a P.1, a mesma identificada em Manaus. A nova variante apresenta uma carga viral mais elevada, tendo uma maior capacidade do indivíduo portador do vírus transmitir para outra pessoa. Na linhagem B.1.1.28, a variante se mostra predominante em relação a todas as mostras sequenciadas no Estado do Amazonas.

Tristeza e frustração foram os sentimentos que marcaram os noivos Lisleine Rebelo Kieslarck, 26 anos e Tiago Rafael Rodrigues da Silva, 32 anos, que se casariam neste sábado, 27, em Criciúma, mas que foram obrigados a desmarcar a cerimônia devido ao decreto do governo do Estado, publicado ontem, 26.

Esta é a segunda vez que o casamento foi reagendado. Lisleine e Tiago, se casariam primeiramente em setembro do ano passado, mas o evento também foi cancelado devido a pandemia.

“Ficamos tristes porque o decreto foi publicado de última hora. Tivemos convidados que vieram de longe para a festa. Estou com docinhos, bolo, flores tudo pronto em casa. No ano passado, como a pandemia já estava acontecendo, conseguimos remarcar com alguns fornecedores. Os que as datas não fecharam trocamos por outro e tudo com pouco prejuízo. O que não aconteceu dessa vez. Escolhemos a data de hoje, por pensarmos que com a chegada da vacina e completando quase um ano da pandemia tudo já estaria certo”, diz ela.

Álcool em gel, luvas e máscaras para os convidados

Conforme os noivos, o enlace estava organizado respeitando todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. Os convidados com distanciamento entre as cadeiras e todos receberiam na entrada, máscara, álcool em gel e luvas.  “Sabemos que o momento exige um esforço muito maior de todos nós e eu não ignoro isso, tivemos amigos e familiares que positivaram. A vida e a saúde estão em jogo, mas fico indignada porque, passaram as eleições, ano novo, carnaval, sendo que a situação estava crítica e nada foi feito. Ali sim, poderiam fazer um lockdown e multar as pessoas”, comenta Lisleine.  A noiva ainda diz que procura entender que as coisas acontecem quando têm que acontecer. “Só nos resta agora procurar uma nova data para o casamento e que encaixe com os fornecedores”, fala em tom entristecido.

Setor de eventos passa por dificuldades

A profissional da área de fotografia Néia Ferreira, disse que a pandemia causou prejuízos para muitos profissionais do setor, inclusive para ela que atua no setor há 18 anos. “Com o decreto de 25% de capacidade nos eventos até conseguiríamos nos organizar. Agora uma mudança assim, como houve do dia para a noite com esse lockdown, deixou a situação muito complicada. Nossa área está sendo muito afetada, muitos profissionais estão passando por dificuldades. Estamos buscando nos reinventar. São muitos eventos que não estão entrando em nosso orçamento”, lamenta.

Néia ainda destaca que todos possuem a consciência da gravidade do problema e sabem dos cuidados, tanto que  os profissionais de eventos atuam com máscara, fazem uso do álcool em gel e se preocupam com o distanciamento. “Porém não estamos aceitando foi a forma como aconteceu  esse lockdown”, finaliza.

Fonte: Portal Litoral Sul