Cães e gatos também podem sofrer de câncer de mama, alerta o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP). Em alusão ao Outubro Rosa, mês em que a campanha de prevenção e combate ao câncer de mama procura conscientizar as mulheres da importância de adotar medidas preventivas, a entidade chama atenção para que o cuidado também se estenda aos animais de estimação.

A maior incidência da doença é em fêmeas, contudo, entre 1% e 3% dos casos são diagnosticados também em machos. Os tumores de mama têm uma tendência a aparecer em cadelas adultas, entre 4 e 12 anos de idade. Já as gatas podem desenvolver a partir de um ano de vida.

O médico veterinário e especialista em Oncologia Veterinária, Rodrigo Ubukata, explica que a incidência é bastante variável, de acordo com a região e o país. “Países desenvolvidos tem política de controle populacional, com isso os animais são castrados precocemente e consequentemente acabam tendo menor incidência de câncer de mama. Já países em desenvolvimento tem uma política de controle populacional ainda inadequada e uma cultura da população muito preconceituosa, então os animais muitas vezes não são castrados precocemente e com isso a incidência de tumores de mama aumenta, porque são tumores que têm uma relação direta com o status reprodutivo do animal”.

No Brasil, completa o médico, os tumores de mama têm uma frequência bastante alta, quando considerado todos os tipos de tumores que existem nos animais de estimação. Ubukata também é membro da Subcomissão de Biossegurança em Quimioterapia Antineoplásica da Comissão de Saúde Pública do CRMV-SP.

O diagnóstico e o tratamento precoce da lesão, assim como nos humanos, é também a melhor forma de proporcionar um prognóstico e, talvez a possibilidade da a cura do tumor. “Assim como na mulher, apalpar a mama [do animal] em busca de nódulos é muito importante, e assim que se localizar qualquer volume anormal, devem levar imediatamente ao médico veterinário, especialmente se esses volumes aumentarem rapidamente”, alerta a médica veterinária Maria Cristina Santos Reiter Timponi, também presidente da Comissão de Entidades Veterinárias do CRMV-SP.

“Por ocasião do Outubro Rosa, aproveita-se a data para fazer a conscientização da população sobre o que é o tumor de mama, como se faz um diagnóstico precoce até mesmo ensinando os tutores como vão examinar as mamas das cadelas e das gatas a procura de possíveis nódulos, para que percebem o mais rápido possível e procurem uma ajuda profissional”, completa Ubukata.

A médica Maria Cristina explica que todas as raças de cadelas, inclusive as híbridas, sem raça definida, podem ter tumor de mama. “Sabemos que é na pseudogestação [falsa gestação] aonde as taxas de progesterona ficam altas e isso ocorre dois meses a três após o cio, época em que aumenta a predisposição das cadelas que tem esse tipo de ocorrência ter tumores mamários”.

A especialista completa que o aparecimento de tumores normalmente ocorre em fêmeas mais velhas acima dos sete anos de idade, “porém com o uso do anticoncepcional, temos fêmeas jovens acometidas de tumores malignos”.

A melhor forma de prevenir tumores mamários é a castração antes do primeiro cio ou logo depois do primeiro cio. “Normalmente são as fêmeas não castradas que têm maior propensão a tumores, aquelas que recebem frequentemente anticoncepcional e aquelas também que tem a pseudogestação, onde tem a presença de leite nas mamas dois a três meses pós cio. As mamas que não foram expostas a ação dos hormônios em geral não terão câncer mamário”, esclarece a médica.

Ubukata acrescenta que estudos feitos desde 1968 mostram que cadelas castradas antes do primeiro cio, por volta dos seis meses de idade, reduzem em 99% as chances de incidência de tumor de mama.

Diagnóstico e tratamento

Quando o médico veterinário localiza algum nódulo, ele pode pedir a citologia aspirativa para determinar se é maligno ou benigno. “Em geral sugere-se a retirada cirúrgica, mas normalmente se pede também exames complementares pré-operatórios, como hemograma, função renal e hepática, mas, especialmente raio x de tórax e ultrassom abdominal, porque quando o tumor é maligno, esses nódulos já podem ter alguma metástase em outro órgão. Quando retiramos o tumor primário da mama, se vier um segundo, ele é metastático e cresce rapidamente”, alerta Maria Cristina.

Na opinião da veterinária, a retirada cirúrgica é sempre a melhor opção como tratamento, pois muitas quimioterapias não funcionam bem em tumores mamários. “Existem várias técnicas cirúrgicas hoje que propiciam melhores tratamentos para fêmea que tem tumor. Quanto mais rápido for essa intervenção cirúrgica, menos chance de metástase e menos sofrimento do animal”, orientou.

Já as gatas têm bem menos tumores de mama e a maioria das vezes é por uso de anticoncepcional, informou a médica. “As gatas não têm pseudogestação. Mas quando as gatas têm tumores, são muito mais agressivos e metastáticos. Os gatos machos também não têm hiperplasia de mamilo”, disse Maria Cristina.

Em gatas, a castração também tem um efeito protetor, recomenda Ubukata. “A gente consegue prevenir o tumor na gata, mas ela tem um comportamento diferente da cadela. Tem-se uma prevenção de mais de 90% dos tumores de mama malignos na gata, então o principal meio de prevenção é a castração”.

Se o tutor não tem interesse que o animal reproduza, a castração precoce ajuda, orienta o veterinário. “Animais já com dois, três anos de idade, ou acima disso, a castração já perde seu efeito protetor. E o objetivo da castração não é só prevenir o tumor de mama, mas também fazer a conscientização e a educação da posse responsável, para que a gente diminua a população de animais de rua, de animais abandonados,  e consequentemente ter nisso seu papel de saúde pública e diminuir o índice de zoonoses, que são as doenças transmitidas dos animais para os seres humanos”, finaliza Ubukata.

Outubro Rosa Pet

Em 2020, devido à condição de distanciamento causada pela pandemia de covid-19, médicos-veterinários se uniram para fortalecer a campanha Outubro Rosa Pet por meio das mídias sociais. Coordenados pelo professor Geovanni Dantas Cassali, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está sendo promovida a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Mama em Animais de Companhia.

Na programação do Outubro Rosa Pet Brasil será feito um evento online gratuito, de 26 a 29 de outubro de 2020, que reunirá palestrantes de todo o país. Mais informações podem ser encontradas no Instagram @outubrorosapet.

Fonte: Agência Brasil

A Defesa Civil de Santa Catarina (DCSC) irá promover, a partir de amanhã até o dia 15, uma série de palestras para marcar a Semana Internacional de Proteção e Defesa Civil.

Neste ano, em função da pandemia de Covid-19, os eventos serão na modalidade de webnários e trarão palestrantes de renome nacional e internacional. Os eventos serão abertos para toda a comunidade e transmitidos no Youtube e Facebook do órgão estadual.

Além de capacitar profissionais da área e gestores municipais, a semana tem o objetivo de fortalecer a cooperação, a resiliência e o debate sobre o tema Proteção e Defesa Civil, sempre com o foco na redução de risco de desastres.

“Não podemos evitar que o desastre aconteça, mas podemos mitigar os efeitos provocados preparando a comunidade com capacitações, treinamentos e da conscientização”, destacou o diretor de Gestão da Educação da DCSC, Alexandre Corrêa Dutra. Segundo ele, a conscientização da população é fundamental para a percepção de risco.

Já o chefe da DCSC, Aldo Baptista Neto, reforça que, por meio da integração entre os órgãos de proteção e defesa civil e a sociedade, é possível trabalhar a construção de uma sociedade resiliente. “A Defesa Civil somos todos nós, assim cada catarinense pode fazer a sua parte e juntos podemos preservar vidas e reduzir os prejuízos”, ressaltou.

Palestras

A “Governança do risco de desastres” é tema do Dia Internacional da Redução do Risco de Desastres deste ano, comemorado no dia 13 de outubro.

As atividades da Semana Internacional de proteção e Defesa Civil começam no Estado amanhã, dia 13, com o tema “Governança de Riscos e Desastres, Fortalecendo e Conectando ações.

Na quarta-feira, dia 14, a temática será “Estiagem em Santa Catarina: Um raio x da problemática e o papel da defesa civil na promoção da resiliência”. O ciclo de capacitações encerra na quinta-feira, dia 15, quando será abordado o tema “Construções resilientes na gestão de riscos de desastres”. 

Confira a programação:

13 de outubro, terça-feira – 17h

Governança de riscos e desastres, fortalecendo e conectando ações

Palestra: As Estratégias para Estabelecer a Governança Adotados pela DCSC.
Aldo Baptista Neto, chefe da DCSC

Palestra: A Governança do Comportamento Preventivo e a Cognição das Decisões Assertivas.
Naiara Augusto, secretária Executiva de Integridade e Governança do Governo de Santa Catarina

Palestra: Governança e Fatores Condicionantes de Colaboração na Gestão de Crise.
Marino Luiz Eyerkaufer, professor da Universidade do Estado de Santa Catarina

Mediador
Alexandre Corrêa Dutra, diretor de Gestão da Educação da DCSC

14 de outubro, quarta-feira – 17h

Estiagem em Santa Catarina: um raio x da problemática e o papel da defesa civil na promoção da resiliência

Palestra: Estiagem em SC: contribuições do estudo realizado no Oeste Catarinense.
Mário Jorge C. C. Freitas, ABP-RRD e Consultor

Palestra: Monitoramento e Alerta: informações para o planejamento integrado.
Frederico Rurdoff, Coordenador de Monitoramento e Alerta da DCSC.

Palestra: Ações DCSC 2019/2020 na mitigação a Estiagem em SC: Horizontes de curto, médio e longo prazo.
Víctor Luís Padilha, Eng. Hidrólogo da DCSC.

Mediador
Aldrin de Souza, diretor de Gestão da Desastres da DCSC

15 de outubro, quinta-feira – 17h

Construções resilientes na gestão de riscos de desastres

Palestra: Construções resilientes a inundações e a adaptação das edificações.
David Proverbs, Prof. de Gestão de Construção e Reitor da Faculdade de Computação, Engenharia e Ambiente Construído da Universidade de Birmingham.

Palestra: A importância dos projetos de terraplenagem nas construções urbanas.
Ana Carolina Colombo, assessora técnica da DCSC.

Palestra: Mudança de paradigmas para construções resilientes em eventos climáticos extremos.
Luciano Peri, Coordenador Regional da DCSC.

Mediador
Caroline Margarida, gerente de Capacitação e Ensino da DCSC.

Nesta data em que se comemora o Dia da Criança e a expectativa de milhares de meninos e meninas em todo país é ter uma família. Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), indicam que mais de 30 mil crianças e adolescentes estão em situação de acolhimento em mais 4.533 unidades em todo o país. Deste total, 5.154 mil estão aptas a serem adotadas.

Uma criança ou adolescente pode receber a medida protetiva de acolhimento institucional ao se detectar uma situação de risco, negligência, abandono, maus-tratos, entre outras violações de direitos. A medida tem caráter temporário, até o retorno da acolhida, por adoção ou reintegração familiar, considerando o interesse da criança e do adolescente.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj), desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), José Antônio Daltoé Cezar, o Poder Judiciário tem implementado uma visão integral no acolhimento.

“Temos observado um grande esforço judicial, desde audiências on-line até a busca por capacitação dos agentes de direito, para que a criança tenha seus direitos como indivíduo respeitados. O próprio CNJ, com uma iniciativa de aprimorar os cadastros de adoção para dar celeridade ao processo contribui para esse contexto mais ágil e buscando sempre a melhor condição para a criança.”

Uma dessas melhorias pode ser traduzida na implantação do SNA, que conta com um inédito sistema de alertas, com o qual os juízes e as corregedorias podem acompanhar todos os prazos referentes às crianças e adolescentes acolhidos e em processo de adoção, bem como de pretendentes.

O objetivo é dar mais celeridade na resolução dos casos e maior controle dos processos. Atualmente, a região Sudeste registra mais de 15 mil crianças abrigadas, a maior quantidade do país. Já a região Norte é a que tem o menor registro, com pouco mais de 1,9 mil crianças acolhidas.

O SNA passou a ser obrigatório para os tribunais em outubro de 2019 e passou a integrar os dados de todos os órgãos, realizando buscas automáticas de famílias para as crianças em qualquer região do país. São os dados destes processos que foram unificados eletronicamente e agora são consolidados em tempo real e dão um retrato apresentação de dados sobre adoção e do acolhimento no Brasil.

O tempo que as crianças permanecem nos abrigos é um dos aspectos relevantes a ser observado. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), esse período não pode ultrapassar 18 meses.  “Esse tempo tem que ser breve pois, por mais que a instituição de acolhimento siga as normas, ela nunca vai substituir a família, sobretudo durante a fase da primeira infância, período em que a criança se desenvolve”, analisa o desembargador.

Atualmente, 7.997 crianças na fase da primeira infância – de 0 a 6 anos -, estão em situação de acolhimento, sendo pouco mais da metade do sexo masculino. Deste total, 1.875 crianças com até 3 anos aguardam até seis meses pelo retorno à família de origem ou pela adoção. Já a maior parcela das crianças entre 3 e 6 anos permanece entre 12 e 24 meses nas unidades de acolhimento.

A faixa etária que compõe a maior parte dos abrigados no Brasil são os adolescentes. São 8.643 com mais de 15 anos, sendo mais da metade do sexo masculino. Deste total, 3.142 estão abrigadas há mais de três anos e não têm irmãos nas mesmas condições.

A conselheira do CNJ Flavia Pessoa destaca que o SNA permite uma visão geral do processo da criança e adolescente, desde sua entrada no sistema de proteção e acolhimento até a sua saída, quer seja pela adoção, quer seja pela reintegração familiar. O sistema também estabelece uma lista das pessoas aptas a adotar, ordenada cronologicamente, mediante prévia habilitação para ingresso no sistema. “Todos os encaminhamentos jurídicos derivados do acolhimento da criança, tais como reintegrações aos genitores, guardas, adoções e audiências concentradas, foram contemplados.”

Fórum

Segundo Flavia Pessoa, a mensuração dos dados estatísticos norteiam a implementação, o aperfeiçoamento e o controle de políticas públicas e que estão acessíveis ao público em geral, garantindo o sigilo das partes e proteção dos dados de crianças e adolescentes. “Essa é uma das atribuições do Fórum Nacional da Infância e da Juventude (Foninj), instituído pelo CNJ e que designa o monitoramento de ações judiciais em que sejam partes ou interessados a criança e o adolescente na condição de vítima ou em situação de risco.”

O Foninj foi criado pela Resolução CNJ nº 231 e tem por finalidade elaborar estudos e propor medidas para coordenação, elaboração e execução de políticas públicas, no âmbito do Poder Judiciário, especialmente as iniciativas nacionais de aprimoramento da prestação jurisdicional na área da Infância e da Juventude.

Tipos de serviço

Outro aspecto importante para o bem-estar da criança e do adolescente no período da acolhida é o tipo de serviço de acolhimento. De acordo com o SNA, a maior parcela é de unidades institucionais, com 3.527. Elas abrigam mais de 29 mil meninos e meninas. Já as unidades do tipo familiar representam um número menor, com pouco mais de mil unidades e mais de 1,3 mil acolhidos.

Mesmo não representando o maior número de unidades, a assessora da Aconchego – Grupo de Apoio à Convivência Familiar e Comunitária, Karina Berardo, destaca que o modelo familiar é um avanço em termos de acolhimento.  “A prioridade é viabilizar o retorno da criança ao convívio com a família de origem ou na impossibilidade encaminhamento para a adoção. A adoção é uma gotinha no oceano na acolhida. Nós temos é que resolver a situação daquela criança. Temos que investir cada vez mais na estrutura jurídica e de proteção social e também em capacitação. Temos que dar à infância prioridade absoluta.”

A assessora avalia que, embora tenha caminho para avanços, o Poder Judiciário tem conseguido implementar e manter iniciativas jurídicas enérgicas voltadas ao acolhimento de crianças e adolescentes. “O Judiciário se uniu mais e não quer deixar as coisas retroagirem. O CNJ, as Varas da Infância estão intensos, promovendo cursos EAD, audiências on-line, tudo para manter o que foi construído e avançar em mais frentes.”