Os meses de maio, junho e julho serão de chuva abaixo da média e mal distribuída no território catarinense. É o que indica a previsão climática divulgada nesta quarta-feira, 29, pela equipe de meteorologia da Epagri/Ciram.

De acordo com o boletim, a expressão “chuva mal distribuída” indica que podem ocorrer valores de precipitação pouco significativos e outros mais elevados em localidades da mesma região. A distribuição no tempo também deve ser irregular. Contudo, os meteorologistas alertam que eventos de chuva intensa, em curto espaço de tempo, podem ocorrer em qualquer época do ano. Por isso, recomenda-se o acompanhamento diário da previsão no site e redes sociais da Epagri/Ciram.

Temperatura

Quanto à temperatura, ela estará próxima à média climatológica em Santa Catarina no trimestre. Massas de ar seco atuarão com mais frequência, mais frias a partir de maio, com madrugadas frias e formação de geada ampla no Estado.

No outono também podem ocorrer dias consecutivos de temperatura elevada, acima de 30ºC. Estes dias quentes e úmidos estão associados ao predomínio de massas de ar seco e quente, caracterizando os “veranicos”, especialmente no mês de maio. Desta forma, a previsão climática ressalta que, nos próximos três meses, serão mais freqüentes os dias com maior amplitude térmica (diferença entre as temperaturas mínima e máxima do dia), com amanhecer frio e tardes agradáveis ou quentes para a época do ano.

Especialmente em junho e julho os meteorologistas prevêem, além de geada e nevoeiros, episódios de neve no Planalto Sul.

Estiagem

As poucas chuvas registradas no Estado desde janeiro vêm causando estiagem que atinge a agricultura. Segundo Glaucia de Almeida Padrão, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), atualmente, praticamente todas as regiões estão afetadas, com exceção do litoral Norte e uma parte do Litoral Sul.

As culturas mais prejudicadas são milho e feijão. Até agora foi computada uma perda de 10% na produção de milho, na comparação com o ano passado. “Mas isso pode piorar, porque a segunda safra está muito ruim, o que indica tendência de mais perdas em milho grão”, descreve Glaucia. No feijão, a perda apontada até agora é de 7%, mas também com risco de piorar, porque a segunda safra, plantada a partir de janeiro, está sofrendo muito.

A soja sofreu na segunda safra quase 20% de perda na produtividade em algumas regiões. “Porém ela não é plantada em todo o Estado, então até agora temos de forma geral 1% de perda de produção”, informa a analista da Epagri/Cepa. Culturas que não são expressivas para o Estado também sofrem com a falta de chuva, como o tomate e a batata. Esta última enfrenta perda de 30% na produção.

A bandeira tarifária para o mês de maio é verde, sem custo para os consumidores. O acionamento da bandeira verde ocorre pelo quarto mês consecutivo.

Em abril, os principais reservatórios de hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN) apresentaram recuperação de níveis em razão do volume de chuvas próximo ao padrão histórico do mês.

A combinação de reservatórios mais elevados com o impacto das medidas de combate à pandemia do Covid-19 sobre o consumo de eletricidade sinaliza manutenção da elevada participação das hidrelétricas no atendimento à demanda de energia do SIN, sem a necessidade de acionamento do parque termelétrico de forma sistêmica.

Essa perspectiva refletiu-se na manutenção do preço da energia no mercado de curto prazo (PLD) e dos custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) em patamares reduzidos. O PLD e o GSF são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada.

Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.

A Defesa Civil de Criciúma emite alerta aos moradores para o consumo de água moderado, principalmente no atual cenário, dando dicas para que a população criciumense também faça o uso consciente dos recursos hídricos.

A falta de chuva no mês de abril e a previsão do tempo para os próximos dias fizeram com que o órgão tomasse medidas preventivas, como a fiscalização de recursos hídricos. “Estamos alertando as pessoas justamente para que a cidade não seja prejudicada.

A utilização de água de forma controlada precisa ser diária, mas temos que reforçar isso ainda mais, principalmente com essa estiagem”, destaca o coordenador da Defesa Civil de Criciúma, Dioni Borba.

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), nenhuma cidade da região Sul registrou sequer 80 milímetros de chuva no mês de abril, sendo que o normal para época do ano é entre 100 e 130 milímetros.

“Além do período sem chuva, precisamos ressaltar que vivemos um momento de isolamento e que algumas pessoas ainda não voltaram às suas atividades normais. Com isso, aumenta o consumo de água”, frisa Borba.

Segundo informações obtidas pela Defesa Civil, existe a previsão de chuva considerável apenas para o final da madrugada e início da manhã da próxima terça-feira (5) até a noite do dia seguinte, quando os acumulados de chuva podem ficar entre 40 e 60 milímetros.

O superintendente Regional Sul da Casan, Gilberto Benedet Júnior, destaca que ainda não existe o risco de desabastecimento de água em bairros de Criciúma, porém, acrescenta que é necessária a utilização moderada de água. “A Barragem do Rio São Bento já está com 3,15 metros abaixo do nível. Em princípio não há preocupação com a falta, mas temos que evitar o consumo desnecessário”.

Atenção com agricultura e pecuária

O período de estiagem preocupa também a Fundação do Meio Ambiente de Criciúma (Famcri), especialmente na agricultura e pecuária. “São áreas que necessitam muito do recurso hídrico. Com certeza um período desses, conciliado à falta de abastecimento iria trazer ainda mais prejuízo”, comenta a presidente da Famcri, Anequésselen Fortunato.

Visando a conscientização de crianças e adolescentes, o órgão realiza atividades voltadas ao meio ambiente, para alunos da Rede Municipal de Ensino. Uma delas é o projeto Amigos da Água, que mostra aos jovens a importância dos recursos hídricos da região.

Confira as dicas de consumo ideal de água:

1. Junte as roupas antes de lavar na máquina ou no tanque. Evite lavar uma ou duas peças por vez e aproveite a água do enxágue para lavar o quintal ou a calçada.

2. No supermercado, faça escolhas conscientes e opte por produtos que utilizam menos água no processo de fabricação.

3. Tome banhos rápidos e, ao se ensaboar, feche o registro.

4. Ao escovar os dentes, feche a torneira e, ao enxaguar a boca, utilize um copo com água.

5. Acione a válvula da descarga somente quando necessário e evite jogar objetos como papel e pontas de cigarro dentro do vaso porque, além provocar entupimento, necessitam de mais água para escoar.

6. Para economizar ainda mais, uma boa dica é optar por produtos que não utilizam água na limpeza em casa, por exemplo, nos vidros utilize um limpador específico. Esborrife o limpador para vidros e passe um pano seco em seguida.

7. Para limpeza das bancadas, use também algum produto que não precise ser dissolvido em água.

8. Uma das práticas mais comuns para a limpeza do chão é usar a mangueira. Para evitar que ela fique aberta desperdiçando água, utilize cloro no formado gel.

9. Para quem tem lava-louças, utilize-a com capacidade máxima, isso faz com que se use seis vezes menos água. Desta forma, a economia pode chegar até 97 litros por lavagem. Por exemplo, lavar a louça à mão, com a torneira aberta por 15 minutos, consome 117 litros de água. Enquanto isso, usando a máquina, o consumo é de apenas 20 litros.

10. Nas máquinas de lavar-louças, você consegue utilizar a quantidade correta de água, pois elas possuem dosadores que evitam o desperdício.

11. Para quem não usa máquina de lavar, o ideal é ensaboar toda a louça com a torneira fechada antes de enxaguar.

12. Para o fogão, o ideal é que se use um limpador cremoso. Desta forma, não é necessário usar água para a limpeza eficiente. Utilize algumas gotas em um pano úmido, passe em toda a superfície e em seguida passe um pano úmido sem o produto.

13. Para a limpeza do quintal, troque mangueira pela vassoura. Se for necessário que o mesmo seja lavado, reaproveite a água da máquina de lavar roupa para esta área.

14. Use o regador para molhar as plantas e jardins e opte por fazer de manhã ou à noite, quando a evaporação da água é menor.

15. Evite lavar o carro. Caso o faça, não lave carros com mangueira. Opte por baldes com água e pano.